quarta-feira, 27 de junho de 2012

Inscrições abertas para o FEMUP 2012

         A Fundação Cultural de Paranavaí  está com inscrições abertas para o 47º Festival de Música e Poesia de Paranavaí (FEMUP), no Noroeste do Paraná, que será realizado nos dias 16 e 17 de novembro no Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa.
Para participar, basta baixar o regulamento e a ficha de inscrição no site www.novacultura.com.br, anexar uma música, conto ou poema autoral inédito e enviar para o e-mail femup@hotmail.com.
“De cada autor, vamos aceitar somente uma obra por categoria”, explica o diretor cultural Amauri Martineli, lembrando que só participarão do festival os trabalhos enviados por e-mail. Enquanto os contos não podem ultrapassar dez páginas os poemas não têm limite de tamanho. Já as músicas precisam ser enviadas no formato mp3.
Este ano, serão selecionadas 24 músicas; 12 da fase regional, que contempla os municípios da Amunpar, e 12 da fase nacional. Na categoria poesia, serão três trabalhos classificados da fase regional e nove da nacional. Já na modalidade conto, serão escolhidas três obras regionais e cinco nacionais.
Os benefícios do FEMUP incluem hospedagem, alimentação, troféu, dez antologias, três CDs e ajuda de custo no valor de R$ 1 mil para os participantes da fase nacional. “Já os artistas da regional vão receber R$ 500”, destaca o presidente da Fundação Cultural de Paranavaí, Paulo Cesar de Oliveira.
Com uma história de 46 anos, o FEMUP é um dos festivais mais tradicionais e antigos do Brasil e todos os anos reúne centenas de artistas de todo o país em Paranavaí.
Para mais informações, basta ligar para (44) 3902-1128.

Atenção!!! SERÃO ACEITAS SOMENTE POR E-MAIL até o dia 24 de agosto

Para download do regulamento, clique aqui.
Para download da ficha de inscrição, clique aqui.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Vida de escritor


Sempre que inicio um novo trabalho literário, seja um texto, ou mesmo um livro, um milhão de coisas passam pela minha mente (hipérbole descarada!). Penso se alguém irá gostar, ou ao menos ler, aquilo que escreverei. Analiso os pormenores desse oficio fatídico. Pergunto-me se não estaria prestes a perder uma parcela valiosa de meu tempo. Ou seja, não penso em nada que preste.
Depois, de tanto torrar neurônios à toa, começo então a escrever. As palavras vão surgindo. Se for um poema, tenho que digladiar com minha criatividade, para ver se arranco dela alguma metáfora ou algum lirismo ponderado. Se for um texto em prosa ficcional, tipo um conto, ou mesmo não ficcional (como esse que agora você lê), tento trabalhar as palavras de maneira a solidificar a aquosidade das ideias que teimam no caos de meu cérebro já cansado.
Veja então, meu caro leitor, o quanto é difícil escrever. Se ainda não viu dificuldades, pense nos vestibulandos. Quantos se preparam por meses, ou até anos, para esbarrarem na famosa e temida redação. Montar um texto que agrade a banca examinadora não é tarefa fácil. Agora, imagine meu caso, onde tenho que agradar uma banca ilimitada, formada por pessoas que não tem a menor obrigação de ler quaisquer linhas que me atrevo a escrever. E, ao invés de notas, essa banca dá apenas pitacos. Ao invés de aprovação, a confiança necessária para vasculharem as prateleiras de uma livraria ou biblioteca atrás de um livro meu. E, ao invés de reprovação, a pior de todas as punições: o desdém.
Mas, a pior parte, vem assim que o texto, ou livro, fica pronto. O que fazer? Publicar o texto na internet? Sair atrás de patrocínio para o livro? Só resta caçar algum concurso literário que dê como prêmio a tão sonhada publicação, ou uma boa grana.
Escrever não é oficio para qualquer um. O peso é grande. A responsabilidade também. As únicas coisas pequenas são o dinheiro e o reconhecimento. Ah, e a vontade de desistir.  

Eder Ferreira é escritor e editor da Revista Cultura Siqueirense. Para conhecer mais seu trabalho literário acesse http://ederliterato.blogspot.com.br/

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Inscrições abertas para o primeiro Prêmio Paraná de Literatura

A Secretaria de Estado da Cultura, por meio da Biblioteca Pública do Paraná, abre as inscrições para o Prêmio Paraná de Literatura 2012. Em sua primeira edição, o concurso vai selecionar livros inéditos em três categorias que homenageiam figuras importantes da literatura paranaense: Romance (prêmio Manoel Carlos Karam), Contos (prêmio Newton Sampaio) e Poesia (prêmio Helena Kolody).
O vencedor de cada categoria receberá R$ 40 mil e terá sua obra publicada pela Biblioteca Pública do Paraná, com tiragem de mil exemplares. Os premiados também receberão 100 cópias de seus livros. As obras concorrentes serão avaliadas por uma comissão julgadora formada por um presidente e nove membros (três em cada categoria).
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até 31 de agosto de 2012. O resultado será divulgado na primeira quinzena de dezembro.
Maiores informações pelo site www.cultura.pr.gov.br

terça-feira, 19 de junho de 2012

Uma viagem pelas obras de Jefferson Cesar

Texto publicado na edição nº 1 da Revista Cultura Siqueirense (Março de 2012), na seção "Galeria"

Nascido no ano de 1932, em Siqueira Campos, Jefferson Cesar foi um importante artista Plástico paranaense. Radicado em Curitiba desde os 15 anos, criou belas obras, como pinturas e esculturas, que hoje em dia podem ser apreciadas no Museu Histórico de Siqueira Campos. Apesar de ter falecido em 1981, Jefferson ainda nos encanta, com sua arte cheia de beleza e significados. Confira, abaixo, algumas de suas obras:



segunda-feira, 18 de junho de 2012

Trecho de "Sermão do bom ladrão", de Padre Antônio Vieira

"Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício: porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres."


Sobre o autor

Padre António Vieira  (Lisboa, 6 de fevereiro de 1608  Salvador (Bahia), 18 de julho de 1697) foi um religioso, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Um dos mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos humanos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização e fazendo a sua evangelização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi). António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novo(judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição. Na literatura, seus sermões possuem considerável importância no barroco brasileiro português. As universidades frequentemente exigem sua leitura.

Hino de Siqueira Campos

LETRA: JOAQUIM VICENTE DE SOUZA
MUSICA: FREI GABRIELÂNGELO
Siqueira Campos eu canto tua glória
Teus feitos heróicos, tua gente genial
Colônia Mineira começas a história
Augusta Siqueira não tem outra igual (bis)


Pioneiros traçaram tua trajetória
Das Minas Gerais ao serás matagal
Audazes, lutando e sem meritória,
Fizeram de ti minha cidade, o ideal.
Siqueira Campos eu canto tua glória
Teus feitos heróicos, tua gente genial
Colônia Mineira começas a história
Augusta Siqueira não tem outra igual (bis)
No teu centenário, registras a memória
Avanço arrojoso no fim material
Coroando, ao fim, que é mais meritória,
Tua fé religiosa no Cristo Imortal.
Siqueira Campos eu canto tua glória
Teus feitos heróicos, tua gente genial
Colônia Mineira começas a história
Augusta Siqueira não tem outra igual (bis)
Assim avante, sus! Na senda da glória
Ao destino dos fortes, ao fim triunfal!
Que teu sangue de heróis conduz a vitória
Bravos Siqueirenses! De fibra e moral.
Siqueira Campos eu canto tua glória
Teus feitos heróicos, tua gente genial
Colônia Mineira começas a história
Augusta Siqueira não tem outra igual (bis)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Beatles, de 70 a 81?

Texto publicado na edição nº 10 (Fase antiga) da Revista Cultura Siqueirense (Maio de 2010), na seção “Artigos”

Todo mundo sabe que a banda The Beatles, o maior fenômeno musical da história, teve seu fim anunciado em 1970, e que seus integrantes, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star, ingressaram em carreiras solos. Porém, alguns beatlemaniacos,  inconformados pelo fim da banda, criaram uma discografia fictícia, como se os Beatles tivessem continuado juntos até 1981. A ideia foi usar as musicas que os ex-beatles gravaram nesse período. Como eles sempre tiveram autonomia para compor da maneira que quisessem (muitas canções que levam os nomes de Lennon e McCartney, por exemplo, eram de apenas um deles), os responsáveis pela escolha das musicas acreditam que o resultado se aproxima  muito dos possíveis álbuns lançados,   caso a banda não tivesse se separado. Um exemplo seria o disco fictício Give Peace a Change, de 1970, onde foram reunidos alguns b-sides da banda (musicas que não foram lançadas em álbuns), além de musicas compostas por eles logo após o fim da banda. Até capa eles criaram, como você pode ver logo acima. Confira a discografia completa e baixe os álbuns pelo blog beatles7081.blogspot.com

Fique sabendo


Texto publicado na edição nº 10 (Fase antiga) da Revista Cultura Siqueirense (Maio de 2010), na seção “Fique sabendo”

Qual o texto mais antigo em português?

É um texto de 1175, chamado Notícia de Fiadores, mas o duro é entendê-lo! A semelhança com o português atual é pouquíssima. Até o jeito como o patrício escrevia as letras é complicado! Mas os linguistas identificam vários elementos nele que o caracterizam como português antigo, ou galego-português, e o diferem do latim, ainda muito empregado na época. O texto lista os fiadores de um tal de Pelágio Romeu, um português que, apesar de nobre, não era rico. O documento foi descoberto pela pesquisadora Ana Maria Martins, da Universidade de Lisboa, em 1999. Confira abaixo a versão original do velho texto. E depois, claro, sua "tradução"!

Texto Original

Noticia fecit pelagio romeu de fiadores Stephano pelaiz .xxi. solidos lecton .xxi. soldos pelai garcia .xxi. soldos. Güdisaluo Menendici. xxi soldos /2 Egeas anriquici xxxta soldos. petro cõlaco .x. soldos. Güdisaluo anriquici .xxxxta. soldos Egeas Monííci .xxti. soldos [i l rasura] Ihoane suarici .xxx.ta soldos /3 Menendo garcia .xxti. soldos. petro suarici .xxti. soldos Era Ma. CCaa xiiitia Istos fiadores atan .v. annos que se partia de isto male que li avem

Versão modernizada

Pelágio Romeu lista aqui seus fiadores: para Pedro Colaço, devo dez contos; para Estevão Pais, Leitão, Paio Garcia, Gonçalo Mendes, Egas Moniz, Mendo Garcia e Pedro Soares, deve vinte contos; para João Soares, trinta contos, e para Gonçalo Henriques, quarenta contos. Agora estamos em 1175, e só daqui a cinco anos vou ter que pagar esses patrícios!

Fonte: Revista Mundo Estranho

domingo, 10 de junho de 2012

Por que domingo é o dia mais deprê da semana?


Domingo pode gerar uma sensação desagradável de fim de felicidade. Em 1969, o Minnesota State Hospital, nos Estados Unidos, descobriu que, nesse dia, algumas pessoas têm falta de entusiasmo semelhante à dos pacientes com depressão. Mas o culpado não é o domingo. É a segunda-feira. “As pessoas tendem a preferir sexta a domingo porque na sexta nós vemos o fim de semana que chegará e no domingo a única coisa em que pensamos é na semana de trabalho”, disse a neurocientista americana Tali Sharot no fórum de tendências TED. Ou seja, é uma questão de antecipação. E, assim, a culpa pode recair em tudo que envolve domingo: programas da TV, lojas fechadas na rua etc. Claudio Martins, da Associação Brasileira de Psiquiatria, diz que pessoas que sofrem com mudança de rotina ficam perdidas ao ter que preencher o domingo. “Gente sem um núcleo afetivo estabelecido, familiar ou amoroso, sente um vazio”, explica. Já os que gostam do trabalho ou têm um bom relacionamento afetivo e se divertem com os amigos tendem a gostar mais de domingo.
Você sabia, cunhadão?
Três assuntos para o seu próximo almoço de domingo.

dIa maIs chato da hIstórIa...
...Foi 11 de abril de 1954 (quem leu a seção Ciência Maluca de maio sabia). Um programa cruzou 635 milhões de fatos históricos e constatou que nada relevante aconteceu nesse dia – um domingo.

Sunday, boring Sundae
O sundae foi criado por volta de 1880 em homenagem ao domingo (que, em inglês, é sunday). Diz a lenda que as crianças ganhavam o doce quando se comportavam na missa. 

VÍdeocassetadas de novo!?
Domingo é o dia de maior audiência na TV. pensar no que fazer (parque ou cinema? praia ou shopping?) no dia de folga pode desgastar as pessoas, segundo o psicólogo Claudio Martins. Por isso, largar-se no sofá é tão tentador.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Conheça os livros de autores siqueirenses

Texto publicado na edição nº 1 da Revista Cultura Siqueirense (Março de 2012), na seção “Estante”

Siqueira Campos é um berço de grandes artistas, tanto na música, nas artes plásticas, como em várias outras artes. E na literatura não é diferente. Temos varias siqueirenses que, por diversas razões, resolveram se aventurar pelo mundo das palavras. E quem quiser conferir quem são esses escritores siqueirenses e suas obras, basta  fazer   uma  visita à Biblioteca  Cidadã de Siqueira Campos. Lá há uma estante, somente com livros de autores do município. Confira, abaixo, quem são esses escritores e suas obras:

Destaques

Norte Pioneiro, Norte Velho, de Joaquim Vicente de Souza

Mais que um livro contando um pouco da história da formação de Siqueira Campos, essa obra é uma verdadeira homenagem a essa terra, feita por um de seus mais sublimes moradores

Filme Senhor Bom Jesus, de Muricy de Almeida Silva

Os bastidores das filmagens do filme “Senhor Bom Jesus” são revelados nessa obra inestimável, na visão de Muricy Silva, que participou de maneira decisiva no longa metragem.

Recantos, Sonetos e Saudades, de Regina A. Polmonari Leme

Lindos poemas compõem essa obra poética de grande beleza. Versos que tratam de variados sentimentos, como o amor e a saudade.

Bom Jesus da Cana Verde, de Anderson Lino

A história da imagem do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, contada pelo professor Anderson Lino. Uma obra que vem resgatar os verdadeiros fatos por traz dos mitos.

Uma Verdadeira Prosa e Palavras vazias, de Eder Ferreira

Dois, dos vários livros do escritor siqueirense Eder Ferreira, podem ser encontrados na Biblioteca Cidadão. Para conhecer mais livros de sua autoria acesse ederliterato.blogspot.com

Ao Primeiro Instante de Beleza, de Rogério Germani

Nem só quem nasceu em Siqueira Campos pode ser chamado de siqueirense. É o caso desse grande poeta, que morou um tempo no município, e tem nesse livro seus mais belos poemas

Outros livros de autores siqueirenses

“Quera o num quera, sô de Siquera” – Um siqueirense, de
Luiz Antonio Zanon

Em Busca da Verdade, de Osmar Galvão

Minha Terra & Minha Gente, de Joaquim Vicente de Souza

Projeto “Para sempre Siqueira Campos”, vários autores

Santos Maria em Verso e Prosa, de Santos Maria

Pensamentos de um Jovem, de Benedito Barbosa filho

Entrevista com o poeta paranaense A. Zhoras (Leandro Muniz)

Entrevista realizada por Eder Ferreira, e originalmente publicada na Revista Drummond Número 1

Como você começou a escrever poesia?

- Aos doze anos de idade, comecei a esboçar algumas coisas, mas sequer tinha noção de que aquilo poderia se transformar em poesia algum dia, até porque, naquela idade, eu ainda não tinha entendido o que o termo “poesia” significava. Foi aos quatorze que compus meu primeiro poema propriamente dito; enquanto minha professora de português trabalhava o texto “Canção do Exílio”, senti que pulsava em mim uma voz dizendo “eu sou capaz de escrever algo assim”, e à semelhança do poema de Gonçalves Dias, escrevi para a minha terra natal. A partir daí, vieram muitos outros. Foram muitos anos até que eu encontrasse uma certa maturidade poética, mas nunca deixei de escrever. Um poeta se faz com leitura e treino constante, pois inspiração muita gente tem e não sabe o que fazer com ela.   

Além de poesia, você escreve outros gêneros?

- Além dos textos em verso, também escrevo prosa e textos dramáticos. Já publiquei uma novela “SRNGR consoantes assassinas”, contos, e tenho algumas peças de teatro prontas, porém inéditas devido à dificuldade de se levar ao público esse tipo de trabalho.

Que tipo de poesia você escreve?


- Sinceramente, não sei classificar minha poesia. Apesar de ter estudado tanto a teoria da literatura, não consigo   ter    olhar  técnico  sobre  a minha produção. Cada poema vaza de mim de uma maneira singular, pois são momentos diferentes de minha minha. Quando os leio, o que vejo são retratos de alegrias, angústias, questionamentos, conflitos, paixões, o meu mundo interior explicitado. Há um bloqueio em mim quanto à classificação, e deixo isso com os outros. Mas uma coisa eu afirmo com segurança: na minha poesia eu desprezo completamente as regras, não faço sonetos, haikais, quadras, ou qualquer outra fórmula; já fiz no passado, mas abandonei tal prática quando percebi que isso me amarrava. O próprio ofício de escrever já é uma prisão, sujeitar-me às fórmulas seria uma tortura a mais, eu não suportaria.

Recentemente você publicou o livro “Varal sem lei”. Fale um pouco sobre ele.

- “Varal sem lei” é uma coletânea de poemas escritos num período de dez anos, fase na qual eu encontrei meu caminho poético. O título teve origem a partir de uma crítica que recebi quando submeti a obra a uma análise para publicação: um dos membros da  banca examinadora disse que o livro não merecia ser publicado pois não se tratava de um conjunto particular de poemas, e sim de uma coletânea esparsa, com temas e formas muito distintas. Ele tinha razão: os dez últimos anos da minha vida me transformaram como pessoa e como artista, e eu não poderia ter escrito uma obra tão uniforme num período e que tudo foi improvável e inconstante (e o período em que conquistei grande parte do meu público graças a toda essa versatilidade). Talvez agora eu consiga escrever uma obra que se enquadre nos “padrões” do tal crítico, mas não sei se vale a pena. Acho que não. 

Como você avalia o mercado editorial nos dias de hoje?

- No Brasil, falar em mercado editorial é sempre complicado. Primeiro, porque grande parte da população não é dada à leitura, não somos educados para isso. Da parcela que lê, um percentual significativo prefere o que chamamos de literatura comercial, aquela que vende mais por ser mais fácil (de se produzir e de se entender) ou por ser objeto de alguma “febre”. Não bastasse isso, as grandes editoras, estruturadas com seus sistemas de produção e distribuição, não publicam autores que já não tenham lá sua fama. Dificilmente, um autor iniciante consegue ser contratado por essas empresas. Por outro lado, a internet tem sido um instrumento cada vez mais democrático no sentido de divulgação. Hoje, qualquer coisa que você produza, por pior que seja, pode chegar ao conhecimento de um grande número de pessoas graças aos recursos midiáticos oferecidos pela rede mundial. Com isso, autores iniciantes podem publicar por conta própria e vender seus livros sem o auxílio das editoras. Há também na rede, editoras que publicam sobre demanda, ou seja, só imprimem livros por encomenda, sem a exigência de uma tiragem mínima, o que facilita (e muito) a publicação de uma obra. O único problema é o custo disso, que pode inviabilizar a comercialização.

Você acha que as pessoas em geral ainda se interessam por poesia?

- Eu acredito muito que as pessoas ainda apreciam poesia, e talvez nunca deixem de apreciar. A poesia faz parte da alma. Entretanto, os tempos são outros. Os saraus de poesia já não fazem mais tanto sucesso como antigamente, mas no contexto de um filme, por exemplo, um poema pode levar a plateia à loucura. Realizando recitais, aprendi que, para seduzir um público para a poesia, primeiro é preciso vesti-la com um traje atraente, depois despi-la completamente. Se você combina poesia com teatro, música, recursos audiovisuais, recursos gráficos, fotografia, se você dinamiza a poesia, tenho certeza que seu público não permanecerá inerte. Atualmente, poetas precisam também ter o respaldo técnico de outras áreas (artísticas e técnicas). O resultado disso será mais pessoas procurando por livros.

Você tem algum poeta de que seja fã ou admirador?

- Paulo Leminki, pela genialidade, e Helena Kolody, pela sensibilidade ímpar. Ambos são referências e são paranaenses, morreu o assunto.

Você tem algum livro de poesia a ser lançado em breve?

- “Inquietude reticente”, mas nem sei quando ficará pronto. Também vou fazer uma reedição do “Varal sem lei” para tentar deixá-lo com um preço mais baixo, meus leitores merecem.

Para conhecer mais sobre o trabalho de A. Zhoras, acesse o site www.azhoras.weebly.com

quarta-feira, 6 de junho de 2012

12 dicas para você ser tornar um(a) escritor(a)

 Por Eder Ferreira

Dica número zero: antes de qualquer coisa, é preciso ser alfabetizado(a), senão fica difícil...

1- Leia muito (nem precisava dizer, né!);
2- Comece escrevendo textos curtos, de preferência poesias;
3- Escreva, erre, escreva de novo, erre de novo... uma hora você acerta;
4- Se puder, faça uma faculdade de Letras ou Jornalismo - não que isso seja essencial, mas ajuda muito;
5- Se não puder fazer uma faculdade, estude um pouco de teoria literária, gêneros literários, escolas literárias, noções de estilo, tempo, redação, etc;
6- Estude também um pouco de gramática e ortografia. E não tenha vergonha de consultar o dicionário. Ele existe para isso mesmo;
7- Entre em contato com outros escritores. A maioria é gente boa, e a troca de experiências e informações pode ser muito útil;
8- Aceite críticas. São elas que vão lhe dizer se você está no caminho certo, e não os elogios;
9- Encare o ato de escrever como arte, e não como passatempo. Valorize-se;
10- Não tenha vergonha de mostrar seus textos. Lembre-se: você quer escrever um livro, e não um diário...
11- Participe de concursos literários. Alem de servirem como experiência, podem lhe render uma graninha (ou até a publicação de seu livro);
12- Procure um site estiloso, onde você pode publicar seus textos, receber a opinião de outros membros e também opinar sobre textos de outros autores. Tem um muito bom, chamado Recanto das letras (http://recantodasletras.com.br/).

Dica extra: não se preocupe se ainda não conseguiu publicar seu livro. Uma hora dessas dá certo. Eu mesmo já consengui publicar o meu pela Editora CBJE. Clique aqui, e confira o livro à venda no site Clube de Autores.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Giro cultural


 Conferência Macrorregional de Cultura

Aconteceu no dia 25 de maio, na cidade de Londrina, a Conferência responsável por escolher quem representará a região nordeste do Paraná no novo Conselho Estadual de Cultura. Delegados de vários municípios da região elegeram Leandro Henrique Magalhães, da cidade de Londrina, como conselheiro. Siqueira Campos estava representada por dois delegados: Eder Ferreira e Alessandro Silva. Essa conferencia foi um passo importante, já que o conselho tem como missão trilhar novos rumos para a cultura do estado. Ao todo, serão 36 conselheiros, sendo 18 da sociedade civil.

Secretaria da Cultura convoca Agentes Culturais do Paraná

As políticas públicas da área de cultura promovidas pela SEEC têm como eixo a inclusão de toda a sociedade paranaense na produção e acesso aos serviços, bens e equipamentos culturais do Estado. A interiorização da ação e produção cultural é outra prioridade da Secretaria. Neste contexto, é fundamental a participação dos agentes culturais de todo Estado no Sistema Estadual de Cultura. Entende-se como agente cultural qualquer pessoa, empresa ou entidade que faz a arte acontecer em sua cidade ou região, em uma ou mais dentre as seguintes categorias: artes visuais, audiovisual, circo, dança, literatura, manifestações populares, música, ópera, patrimônio cultural e teatro. Apenas os agentes culturais constantes no Cadastro poderão participar dos editais do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (PROFICE), bem como candidatar-se às vagas de representação setorial no Conselho Estadual de Cultura (CONSEC). O Cadastro também será elemento essencial no processo de comunicação da SEEC com a comunidade cultural do Estado, e poderá ser feito pelo site http://www.cultura.pr.gov.br/ no link Cadastro de Agentes Culturais do Paraná

Um breve resumo da história de Siqueira Campos

Texto publicado na Edição nº 1 (Março de 2012), na seção “Memória siqueirense”


As primeiras movimentações realizadas no atual município de Siqueira Campos foram feitas no século XIX por Joaquim José de Senes, dono de grande área de terras, adquiridas junto ao governo provincial.
A partir de então, houve sucessivas vendas nesta imensa gleba de terras,  da qual foram donos respectivamente: José Bernardes de Gouveia, Miguel Joaquim e Francisco de Paula. Em 1863 os irmãos José Caetano de Carvalho, Caetano José de Carvalho e Inocêncio José de Carvalho e ainda os cunhados Pedro José da Rocha e João de Oliveira Rocha tornaram-se os novos proprietários daquela extensa faixa de terras.
Os novos donos da área eram da localidade de Douradinho, no município mineiro de Santo Antonio Machado, e como gostaram muito da propriedade, resolveram fixar no lugar. Chegaram em comitiva, e o fato de todos terem filhoscasados, fez com que o número de pessoas fosse realmente significativo, dando surgimento a um povoado propriamente dito.
Na época o município mais importante da região era São José da Boa Vista e lá residia o capitão Francisco José de Almeida - o Tico Lopes, que resolveu batizar o novo povoado de Colônia dos Mineiros, mais tarde simplificada para Colônia Mineira. Com esta denominação o povoado frequentou livros, enciclopédias, documentos e mapas cartográficos ao longo de muitos anos da história do Paraná.
No ano de 1899, o presidente do Estado, dr. José Ferreira dos Santos Andrade, determinou a criação de um Distrito Policial na Colônia Mineira.
Em 22 de novembro de 1900, o núcleo foi elevado à categoria de Distrito Judiciário e em 28 do mês e ano, foi aprovada a legitimação do patrimônio da Colônia Mineira.
Pela Lei Estadual nº 1.944, de 20 de março de 1920, a Colônia Mineira  foi  transformada   em  município   autônomo,     com    território desmembrado do município de Tomazina, sendo instalado em 23 de setembro do mesmo ano. Com o movimento revolucionário surgido na década de 1920, a figura de Siqueira Campos emergiu, e seu nome substituiu a antiga denominação Colônia Mineira. Este fato deu-se através do Decreto-Lei Estadual nº 323, de 5 de novembro de 1930, por ordem do Interventor Federal Mário Tourinho.

A origem do nome Siqueira Campos

O nome foi escolhido em homenagem ao tenente Siqueira Campos, líder revolucionário, que juntamente com o tenente Eduardo Gomes (mais tarde brigadeiro), foram os únicos que sobreviveram, com ferimentos, ao épico Levante do Forte de Copacabana, em 1922. Episódio que ficou conhecido como os Dezoito do Forte de Copacabana, muito embora existam controvérsias sobre o real número de oficiais abatidos nesta época. Etimologicamente, o termo "Siqueira", é sobrenome de variação no termo Sequeira, antigo Syqueira. Enquanto que, "Campos" é sobrenome de origem geográfica.

Dados geográficos

Possui uma área é de 278 km² representando 0.1395 % do estado, 0.0493 % da região e 0.0033 % de todo o território brasileiro. Localiza-se a uma latitude 23º41'20" sul e a uma longitude 49º50'02" oeste, estando a uma altitude de 675 metros. Sua população estimada em 2005  era  de  17.111  habitantes.  De acordo com o censo de 2010, sua população é de 18.446, sendo 13.419 na área urbana e 5.027 na área rural. Também, segundo o censo, Siqueira Campos conta com mais mulheres do que homens, sendo 9.249 contra 9.197.

Fonte: Site Wikipédia


Personalidades paranaenses na literatura

Texto publicado na Edição nº 2 (Junho de 2012), na seção "Artigos"



Apesar de possuir uma literatura muito criticada pela falta de identificação das obras produzidas com o território e a cultura paranaense, o Estado do Paraná é reconhecido por ter revelado grandes autores para o cenário da literatura nacional.
Em Curitiba, muitos nasceram e desenvolveram boa parte de suas obras. Entre esses, está o único representante do movimento   parnasianista   no   Estado,   o escritor Emilio de Menezes, com uma poesia voltada para a sátira, a ironia e com a temática da morte. No Simbolismo, a capital paranaense foi representada por Emiliano Perneta, o Príncipe dos Poetas Paranaenses, que escreve sobre o amor e incentiva o homem a ir em busca de seu destino. Dentre os diversos autores modernistas curitibanos estão Alice Ruiz, escritora e tradutora de haikais, poemas e de uma história para o público infantil; Andrade Muricy, com obras de ficção e ensaios; Dalton Trevisan, um dos autores paranaenses de maior renome nacional, conhecido como o “Vampiro de Curitiba”, devido suas histórias ligadas à cidade e aos temas realistas; Paulo Leminski, autor também de haikais e de uma poesia classificada como “poesia marginal”, além de ser conhecido por suas composições musicais gravadas por artistas como Caetano Veloso e Moraes Moreira; e, por fim, Tasso da Silveira, poeta modernista voltado à religiosidade.
O litoral do Paraná possui representantes dos municípios de Morretes e Paranaguá que enquadram-se também no Movimento Simbolista. Da primeira cidade saiu Silveira Neto, com temas relacionados à família, mas consideradas de aspecto pessimista. Já de Paranaguá, veio Nestor Vitor, com diversas poesias, contos e romances, e grande divulgador da literatura francesa. No município de Cruz Machado, região sudeste do Paraná, nasceu a mais importante poetisa do Estado, Helena Kolody, uma das primeiras autoras de haikais do Brasil, iniciando nessa arte na década de 1940. Entre seus principais temas está a exaltação à vida, natureza e a eterna inquietação humana. Integrando a nova geração de escritores paranaenses, Domingos Pellegrini, natural de Londrina, é jornalista e professor, com romances, contos e poesias reconhecidos pela temática social e ganhador de dois prêmios Jabuti, o mais importante concedido pela literatura brasileira.

Confira, abaixo, alguns dos mais importantes escritores paranaenses e suas principais obras:

Alice Ruiz: “Navalhanaliga” (1980), “Paixão Xama Paixão” (1983), “Hai-Tropikai” (1985), “Desorientais” (1996), “Yuuka” (2004) e “Boa Companhia” (2009).
 Dalton Trevisan: “Novelas Nada Exemplares” (1959), “O Vampiro de Curitiba” (1965), “A Guerra Conjugal” (1969), “A Faca no Coração” (1975), “A Polaquinha” (1985), “Em Busca de Curitiba Perdida” (1992), “Ah, É?” (1994), “Capitu Sou Eu” (2003), “Violetas e Pavões” (2009).
Domingos Pellegrini: “O Homem Vermelho” (1977), “Terra Vermelha” (1998), “Questão de Honra” (1999), “O Caso da Chácara Chão” (2000), “Bendito Assalto” (2009).
Helena Kolody: “Paisagem Interior” (1941), “A Sombra no Rio” (1951), “Antologia Poética” (1967), “Tempo” (1970), “Infinito Presente” (1980), “Poesia Mínima” (1986), “Caixinha de Música” (1996), “Sinfonia da Vida” (1997), “Memórias de Nhá Mariquinha” (2002).
Paulo Leminski: “Catatau” (1975), “Polonaises” (1980), “Caprichos & Relaxos” (1983), “Agora É que São Elas” (1984), “Guerra Dentro da Gente” (1988), “Metamorfose, Uma Viagem pelo Imaginário Grego” (1994), “O Ex-estranho” (1996), “Ensaios e Anseios Crípticos” (1997).
Tasso da Silveira: “Fio d'Água” (1918), “Alegorias do Homem Novo” (1926), “Contemplação do Eterno” (1952), “Regresso à Origem” (1960), “Puro Encanto” (1962).

Fonte:  Dia-a-dia Educação – Portal Educacional do Estado do Paraná (Adaptação)