segunda-feira, 8 de julho de 2013

Manifestações: caminhar sim, mas em que direção?, por Eder Ferreira

Publicado na edição nº 9 da Revista Cultura Siqueirense (Julho de 2013), na seção "Artigos"


“O gigante acordou!”. É isso que se lê em editoriais, tanto em veículos de comunicação impressos como na internet. Para quem não sabe (o que é impossível, a não ser que estivesse em uma ilha deserta), tal frase se refere às recentes manifestações que estão tomando    as     ruas     das    grandes    cidades brasileiras (e de algumas pequenas também, mas com menor ênfase).
É inegável que os protestos são de suma importância, já que a grande maioria dos manifestantes luta por melhorias que afetem a vida dos brasileiros em geral. Porém, há uma parcela que vai às ruas apenas para vandalizar, saquear lojas, entre outros atos criminosos, o que destoa do objetivo principal das manifestações. Mas, há ainda uma outra questão. Se perguntarmos para dez pessoas em uma manifestação de grande porte, como as de São Paulo, cada uma dirá que está protestando contra uma coisa especifica. “Aumento das tarifas em transportes públicos”, “Corrupção”, “Autos gastos com estádios”, e mais uma série de reclamações. O que falta para os manifestantes, ao meu ver, é foco. Não dá para pedir tudo de uma vez. Vale a pena lembrar que o Brasil tem no papel mais de 500 anos, mas que como nação mesmo, existimos a exatos há 191 anos. Mesmo que consideremos os anos de dominação portuguesa, pouco se viu de avanços em questões de ordem social conquistados por meio de manifestações. O povo brasileiro não tem o hábito histórico de se revoltar contra o governo de maneira uniforme e focada. Tivemos sim, várias revoltas, como a Guerra dos Farrapos, por exemplo, mas que foi com objetivos bem diferentes dos atuais. No século 19, estouraram vários movimentos, mas com metas separatistas, ou seja, querendo dividir o pais em varias nações menores.
Hoje não. O que estamos vendo é a revolta de um povo que quer uma vida melhor. O caminho é longo, e precisa sim ser percorrido. Mas a pergunta que deve ser feita é: qual direção temos que seguir? E mais importante ainda: que caminho seguir se tudo der errado?

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